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Mostrando postagens de novembro, 2022

O AMOR É SEXUALMENTE TRASMISSÍVEL, E A DOR TAMBÉM. Eu receberia as piores notícias dos seus lindos lábios - Marçal de Aquino

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................................................................................................................................................................................................... AQUINO, Marçal. Eu receberias as piores notícias dos seus lindos lábios. São Paulo: Companhia das Letras, 2005. ................................................................................................................................................................................................... por Matheus Jurado Vicente , MTJV  (FCA - Unicamp)  “São demais os perigos dessa vida para quem tem paixão” (Soneto do Corifeu,Vinicius de Moraes). “Fotografar pessoas é violá-las e vê-las como jamais podem ver-se a si próprias, conhecê-las como nunca poderão conhecer-se; é transformá-las em objetos cuja posse nós asseguramos simbolicamente” (Susan Sontag). “A esperança é o pior dos venenos, (...) porém muitas vezes é também o único remédio” (Marçal de Aquino, p. 152). Entender a estética de

Aos sete e aos quarenta: sobre ler pessoas e desconhecer a si

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 ..................................................................................................................................................................... CARRASCOZA, João Anzanello. Aos sete e aos quarenta . Rio de janeiro: Alfaguara, 2016.   ...................................................................................................................................................................... Por Pamella Dória Faculdade de Educação da Unicamp      João Anzanello Carrascoza é considerado um dos maiores contistas brasileiros da atualidade. Após receber vários prêmios, apresenta-nos  Aos sete e aos quarenta , seu primeiro romance. A editora Alfaguara é a segunda a publicar o título, em uma versão ligeiramente mais enxuta e com um projeto gráfico menos elogiado do que foi realizado pela Cosac Naify anteriormente.  Felizmente, o texto se sustenta.      Uma narrativa que, se do lado externo das personagens se dá sem grandes ápices, os eventos estão mais na cate

NÃO É PRECISO BRINCAR COM FOGO PARA SE QUEIMAR. Garotas em Chamas - C. J. Tudor

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TUDOR, C. J. Garotas em chamas. Rio de Janeiro: Intrínseca, 2021, 352 p. por Rafael Mota  (IEL/Unicamp ) Capa da edição brasileira produzida pela Intrínseca Mais uma vez, a Intrínseca traz para os fãs de thriller psicológico uma obra da escritora inglesa C. J. Tudor, com Garotas em Chamas . Publicado no Brasil em 2021, com a tradução de Regiane Winarski, o livro vem compor a recente quadrilogia de thrillers da autora já publicada no Brasil — O homem de giz (2018), O que aconteceu com Annie (2019) e As outras pessoas (2020) — e que são sucesso entre os apaixonados por esse gênero, assim como eu. Logo de cara, esse é o melhor livro de Tudor dos quatro, pois vemos claramente a qualidade de sua maturidade enquanto escritora, o que não aparecia nas suas obras anteriores. Quero começar pela edição. A qualidade editorial da obra segue o mesmo padrão dos outros títulos da autora publicados pela Intrínseca, só que com alguns detalhes mais caprichados. Além da capa dura e

A REFLEXIBILIDADE DO VERBO OCUPAR. A ocupação - Julián Fuks

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  A reflexibilidade do verbo ocupar A ocupação , de Julián Fuks ____________________________________________________________________ FUKS, Julián. A ocupação. 1. ed. São Paulo: Companhia das Letras, 2019. 134 p. ____________________________________________________________________ Eduardo Ferrinha Alves Moreira Faculdade de Educação - Unicamp                      O paulistano Julián Fuks, nascido em 1981, foi considerado ainda em 2012, pela revista literária Granta , um dos melhores escritores jovens brasileiros. Dez anos depois, o autor, crítico literário e colunista ganhou às manchetes dos jornais após virar alvo de ataques de apoiadores do presidente da República, por conta de uma crônica sobre a expectativa ante os eventos previstos para a comemoração do bicentenário da Independência do Brasil. Fuks publicou  A ocupação  em 2019, quatro anos após o lançamento de seu prestigiado  A resistência , que conquistara os prêmios Jabuti e José Saramago.            Cada um dos 41 curtos capít